quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Finalmente em Estudio...

Será já amanha, 23 de Novembro entraremos em estúdio para gravar o 2º álbum de originais.
Alguns convidados especiais, muito folk progressivo q.b. e paródia até vir o "chico" é o que nos espera.

Dois anos após "Mandrágora", o disco que nos levou por este Portugal e um bocadinho além...que nos proporcionou momentos únicos como se pode ver em alguns posts deste nosso blog, servirá agora de recordação, de lembrança e de caule por onde irá crescer formosa árvore, pois uma nova fase se apresenta, um novo caminho, uma nova dança...para mais além do que alguma vez foi possível e imaginado.
E sem dúvida, um obrigado por cada palma.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Entrevista ao Royal Café

Eis uma entrevista publicada no Blog Royal Café.

Royal Cafe Convida: Mandrágora

Novembro 4th, 2007

O Royal Cafe aproveitou a presença dos Mandrágora para lhes colocar as seguintes questões:

Royal Café: Descrevam a vossa música numa frase.

Mandrágora: Música instrumental de muitas influências, tradicionais e modernas, numa fusão inesperada, profunda, nada superficial – Gostámos muito quando o João Bonifácio no Público se referiu a nós como: “música não domada”.

R.C.: Como se formaram os Mandrágora?

M.: Três de nós (Ricardo a Filipa e Pedro) começamos a encontrar-nos só pelo gozo de tocar em meados de 1999.
Em 2000 decidimos levar as coisas mais a sério, gravamos uma maqueta e integramos mais dois músicos para dar os primeiros concertos.

R.C.: Como foi receber o prémio Carlos Paredes 2006? Consideram-no a máxima distinção nacional da música Folk portuguesa?

M.: Não podemos dizer que seja a máxima distinção da música Folk Portuguesa em geral visto que se trata de um prémio específico para música instrumental não erudita.Agora recebê-lo em “ex-aequo” com “Ascent” de Bernardo Sassetti foi uma honra e um privilégio e só prova que estamos no bom caminho…agora é só continuar a trabalhar.

R.C.: E receber o prémio no álbum de estreia podem influenciar o futuro em que medidas?

M.: Além de uma maior exposição a nível nacional, o disco que se segue terá que ser ainda melhor.

R.C.: Porquê recuperar uma tradição musical algo “esquecida” nos dias de hoje? Utilizar instrumentos cada vez mais raros no panorama musical mundial?

M.: É normal dar um carinho especial a objectos do passado achados no presente.As modas são cíclicas, o que hoje parece esquecido pode ser revivido amanhã. Quantas vezes vimos, por exemplo na forma de vestir, velhos costumes ser adoptados novamente. Provavelmente isso aconteceu-nos com a música. No entanto não nos consideramos assim tão fieis a uma tradição. Vivemos num mundo de influências ás quais não escapamos. Provavelmente o que acontece é que há uma tentativa de compilar aquilo que nos agrada; velhos sons com novas musicalidades.

R.C.: Qual a actuação que mais gostaram de ter dado até hoje?

M.: Na Casa da Música aquando do Festival de Música Tradicional, e nos Açores, as pessoas proporcionaram uma festa a qual não vamos tão cedo esquecer. A proximidade e o carinho com que fomos recebidos marcaram-nos de uma forma especial. Alguns rostos ainda hoje estão presentes quando nos lembramos do concerto dado à beira mar iluminado pela lua que parecia maior do que alguma vez foi.

R.C.: E qual o festival que “dariam tudo” para actuar?

M.: Woodstock nos anos 60.

R.C.: Acham que nos dias de hoje há uma necessidade de recuperar hábitos remotos? Não só na música, mas no próprio quotidiano?

M.: Reviver o passado é compreender o futuro. Mesmo que não recuperados, há a necessidade de compreender os velhos hábitos.

R.C.: Acham que o progresso tecnológico pode ser ameaçador? Em que aspectos?

M.: O progresso tecnológico torna a vida mais fácil e confortável, musicalmente falando. Também nós gostamos dos “efeitos” que temperam o som. O facto de ser mais fácil um individuo compor, editar e divulgar a sua música no conforto de sua casa só pode ser considerado uma bênção dos tempos modernos. Claro que já recorremos à Internet para ter contacto com alguma musica sem ter que comprar o CD. O que pode ser considerado uma perda de venda pode, também, ser considerado uma forma gratuita de divulgação de um trabalho. Infelizmente nem tudo são rosas, e o progresso tecnológico é realmente ameaçador na área da preservação ecológica. Não há bela sem senão.

R.C.: Quais as vossas maiores influências?

M.: Cada elemento tem as suas influências mais pessoais. Há uma certa individualidade neste ponto. As influências pessoais dos membros da banda variam entre o Jazz, o Rock, o Folk e estilos mais alternativos, e mesmo nos estilos coincidentes entre os elementos há referências distintas. Apenas o amor pela música é o mesmo.

R.C.: Gostavam de fazer uma banda-sonora para um filme?

M.: Claro, porque não?

R.C.: Como se classificam enquanto actuação ao vivo?

M.: Simplicidade é a palavra que nos ocorre. Poderão ser até os próprios instrumentos que pintam o cenário.

R.C.: Querem deixar alguma mensagem aos jovens aspirantes a músicos?

M.: Quer se seja um músico profissional ou apenas porque se gosta, ser musico é um privilégio. É uma forma de expressão que não se consegue ter com palavras. Se há a vontade de aprender a tocar um instrumento essa vontade deve ser cumprida. Todos deviam saber tocar qualquer coisa.